Páginas

sábado, 23 de julho de 2011

Morre Osvaldo Lacerda - grande perda para a música brasileira



OSVALDO LACERDA (1927-2011)

O Brasil perde um grande músico: compositor talentoso, pianista e professor que, como tal, escreveu vários livros didáticos que são obras de referência nas escolas de música.
Todas as notícias sobre ele estão na mídia: ocupou a cadeira nº 9 da Academia Brasileira de Música, foi fundador da Sociedade Pró Música Brasileira e do Centro de Música Brasileira que dirigia com a pianista Eudóxia de Barros, ex-aluna que se tornou esposa.
De 1952 a 1962, estudou com Camargo Guarnieri, seu grande mestre. Nos EUA teve aulas com Vittorio Giannini e Aaron Copland.
Obras orquestrais, para instrumentos, de câmara variada; destaque para o lied.

Escolhi lembrar Osvaldo Lacerda quando de sua visita à minha classe de História da Música no Brasil, da Faculdade de Música Carlos Gomes, em 1996, em companhia de Eudóxia. O compositor fora convidado a dialogar com os alunos, dentro do nosso projeto Um olhar sobre a música brasileira. Sua atenção, distinção, até modéstia, apesar do alto conhecimento, sensibilizou a todos. Os alunos que ainda não o conheciam, passaram a admirá-lo. Ficaram muito claros os seus argumentos, sua coerência e não intransigência na escolha da estética nacionalista. Ele disse: “ Se eu quiser escrever em mixolídio, escrevo; se quiser compor música atonal, componho; e assim por diante, sem dar satisfações para modismos ou opiniões.”
Desta palestra guardei algumas falas que depois ficaram registradas na entrevista que ele deu ao Informativo Carlos Gomes ( ano II, nº 6, mai/jun/jul-1996) boletim periódico da Faculdade. Como estas:

“Meu principal objetivo é a brasilidade espontânea com conhecimento de causa. “
“Acima de tudo é importante estar satisfeito consigo mesmo e ser sempre sincero.”
“O compositor nasce, não se faz. E a composição deve sempre sair do coração e da mente da gente.”
“A qualidade mais importante do compositor é a liberdade de pensamento”.
“Ao compositor brasileiro compete criar música de caráter brasileiro contribuindo para a universalidade com uma coisa própria. Porque Villa-Lobos é tão apreciado lá fora?”

As fotos acima foram tiradas na Faculdade Carlos Gomes, por ocasião da palestra. Na primeira, o compositor tocando piano; na outras, Osvaldo Lacerda, Eudóxia de Barros e eu, Niomar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário